"As fúrias atormentam Orestes" (1862) do
francês William-Adolphe Bouguereau.
Em
Ésquilo, Orestes assassina sua mãe Clitemnestra, depois que ela e seu amante
Egisto, mataram seu pai, o rei Agamemnon. Vingando a morte do pai, Orestes
desencadeia a fúria das Eríneas (Alepho, Tisífone e Megera, deusas da fúria,
raiva e vingança, respectivamente). Buscando o direito à defesa, recorre ele a
deusa da justiça, Atena. A tragédia mitológica grega se reconfigura nas páginas
do livro dos nossos dias.
Não
será o homem "pós-moderno" conduzido pelas Eríneas em detrimento de
seus princípios?
O evangelista São Marcos nos convida a refletir sobre o Reino de Deus, particularmente a partir da passagem do “Evangelho das parábolas” (Mc 4, 26-34). Neste trecho é intrigante encontrar Jesus ensinando
aos compatriotas da Galiléia sobre o Reino de Deus a partir do cotidiano da
vida campesina, utilizando-se dos códigos de linguagem da gente da roça, do
oficio do agricultor, a partir da simplicidade que confundia os doutores da lei
e os fariseus e aproximava-o dos pobres e marginalizados.
Acontece que como
ensina o teólogo alemão Karl Rahner a teologia nasce das profundezas da
pré-compreensão do que o homem entende de si e do mundo para estabelecer o
entendimento sobre a linguagem e a mensagem divina. E o Messias por excelência é
aquele que desvenda os pressupostos do Reino de Deus a partir de uma linguagem
eminentemente humana ao recorrer à didática da linguagem metafórica por meio
das parábolas.
As parábolas são um
recurso lingüístico habitual na literatura dos povos do Médio Oriente, era muito
comum falarem por meio de imagens, comparações e alegorias, para transmitir o
significado que a mensagem revelava. Neste caso, este recurso metafórico
(linguagem comparativa) oferece vantagens significativas. Em primeiro lugar,
porque é um excelente meio para suscitar a controvérsia, instrumentalizando o
diálogo e o contexto na época, em segundo lugar, também oferece imagens que ajudam
a reforçar o poder da comunicação, prendendo a atenção do interlocutor com a narrativa
e reflexão, e por último, na linguagem parabólica encontra-se um método
pedagógico semelhante à maiêutica socrática (ironia e questionamento) para que
as pessoas possam se interrogar e por meio da linguagem estabeleçam um olhar
critico sobre sua realidade a partir de suas próprias conclusões. Diante deste recurso,
Jesus tangencia a mensagem do Reino de Deus para nos brindar com uma mensagem
que toca e adentra no coração das pessoas. O trecho do Evangelho de Marcos no
capítulo 5, versículos 26-29, apresenta-nos uma catequese rica em simbolismo,
trata-se de uma nova realidade inaugurada pelo Filho de Deus que veio anunciar
e propor o projeto de salvação.
Jesus nos apresenta o
grão que germina e cresce por si só. A parábola refere-se à atuação do
agricultor no ato de semear e de ceifar. Ademais a ação de Deus não contempla
os demais processos até chegar à semeadura, não precisa de alarde, quase imperceptivelmente
o milagre acontece, no arar a terra, regar a semente, tirar as ervas que a
impedem de crescer. Ao narrador interessa apenas que, entre a sementeira e a
colheita, a semente vá crescendo e amadurecendo, sem que o homem intervenha
para impedir ou acelerar o processo. A questão essencial não é o que o
agricultor faz, mas o dinamismo vital da semente, fruto da graça divina. O
resultado final não depende dos esforços e da habilidade humana, mas sim do
dinamismo da semente que foi lançada na terra.
Jesus ensina que o
Reino de Deus (a semente) é uma iniciativa divina: é Deus quem atua no silêncio
da noite, na agitação do dia ou nas contradições da história para que o Reino
aconteça; e nenhuma turbulência poderá inibir seu projeto. Neste caso, a
parábola é dirigida contra a ação humana que promove o anti-Reino, seja dos
zelotas que pretendiam implantar um Reino por meio da violência, dos fariseus
que impunham a obediência pela norma irrestrita, ou ainda daqueles que buscavam
apocalipticamente adivinhar quando seria a chegada do Reino. Seguramente a única
certeza que nos é devida é saber que a marcha da história é orquestrada única e
exclusivamente por Deus, que fará com que o Reino aconteça, de acordo com o seu
tempo e o seu desígnio.
Desta forma, a parábola
convida-nos ao empenho para que realizemos na vida um projeto divino a partir
da adesão incondicional aos sinais do Reino, lançar a semente também representa
a projeção de Deus em nossas vidas a partir daquilo que o filósofo Luc Ferry ensina
como sendo aprender a viver. Viver substancialmente a partir da dimensão do
amor e da fé Nele e com Ele.
A semente lançada em
terra já pode dar frutos na medida em que aquilo que Deus projetou em minha
vida pela semeadura eu possa colher como frutos bons, uma práxis traduzida pela
poetisa Cora Carolina:
(CORALINA, Cora. Melhores poemas. 2 ed.,
São Paulo: Global, 2004).
Antes de mais, o
Evangelho garante-nos que Deus tem em marcha um projeto destinado a oferecer
aos homens a vida e a salvação. Não nos
compete exigir que os outros caminhem conforme nossas exigências, ou que pensem
como nós, que tenham as mesmas experiências e exigências que consideramos mais
lapidares. Há que respeitar a consciência e o ritmo de caminhada de cada homem
ou mulher, assim como Deus exige de cada um conforme seus limites.
Após
assistir o documentário “O Renascimento do parto” e participar de um debate na
universidade, ganhei fôlego para produzir um artigo intitulado A
RAZÃO NASCEU DO ÚTERO: DIREITO HUMANO PELO PARTO HUMANIZADO, já publicado em revista
cientifica. Em homenagem às mulheres destinadas e humanizadas (que com saúde e
as condições psicológicas e físicas permitem podem parir de forma humanizada - normal) um pequeno trecho para reflexão do
artigo produzido.
A
partir da tradição humanitária que se instaurou nas sociedades contemporâneas
fruto da influência judaico-cristã, bem como da moral socrático-platônica, a ideia
de humanização do corpo tem sido fervorosamente concebido como espaço do
sagrado. O corpo expressa a vida, o cuidado com ele remete a transcendência com
a natureza. A sociologia do corpo expressa sua compreensão deste espaço
endógeno do gênero humano, particularmente com o mistério da fisis do feminino com o seguinte
entendimento: [...] o corpo é o vetor semântico pelo qual a evidência da
relação com o mundo é constituída: atividades perceptivas, mas também expressão
dos sentimentos, cerimoniais dos ritos de interação, conjunto de gestos e
mímicas, produção da aparência, jogos sutis da sedução, técnicas do corpo,
exercícios físicos, relação com a dor, com o sofrimento, etc. Antes de qualquer
coisa, a existência é corporal (BRETON, 2007, p.7).
O
cuidado com o corporal, principalmente com a expressão do corpo da mulher começa
no útero, ritualiza-se metaforicamente a expressão humana do gesto de gerar a vida a partir do parto. Trazer
no ventre uma criança transcende o valor supremo da natureza humana, afinal com
este ritual se exercita a perpetuação da vida. De que a vida é gerada, nasce e
se transforma no corpo da mulher e se projeta no mundo.
O
filósofo Emmanuel Lévinas (1906-1996), defensor da questão da alteridade, bem
como da ética que se institui por trás da axiologia do termo em questão, não
propõe uma epistemologia do transcendente, mas propõe uma redescoberta da
filosofia cujo elemento central passa a ser a questão ética e não meramente ontológica,
desse modo, destaca a importância real da relação do homem com o outro. Neste
aspecto, Lévinas ressalta a importância do eu, que possui identidade como conteúdo,
assim seu existir consiste em identificar-se neste mundo, conceituando sua
trajetória a partir do seu existir. A filosofia da alteridade a partir do
filósofo francolituano parte da subjetividade, neste aspecto analogamente é
possível entender sua conceituação para essência da maternidade. A maternidade
é uma metáfora para o feminino, uma expressão para relação do sujeito com o
outro. Assim, a maternidade representa esta substituição, em que o Eu gera em
sim um Outro (LÉVINAS, 2005).
A
mulher que gera um filho no seu frente, constrói a aproximação mais intima
entre seu Eu e a sua cria, uma relação natural ao mesmo tempo convencional do
Eu em relação ao Outro. Meneses (2008) afirma a partir do pensamento de Lévinas
que "a subjetividade maternal fala de uma proximidade que é independente
do saber, da consciência, mas que nasce na vulnerabilidade e na substituição. A
maternidade precede a própria consciência" (MENESES, 2008, p. 159). Ao constatar
que na contemporaneidade as mulheres têm optado pelo procedimento cirúrgico,
com parto cesariano, para dar à luz, se percebe que a sociedade tecnocrática e
mercadológica tem influenciado decididamente as práticas médicas, ao ponto de
nos hospitais privados a taxa de partos pela modalidade cesariana ser
representado por mais de 80% dos procedimentos. Segundo dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS) o total de partos cesáreos em relação ao número total de
partos é bastante significativo. Tem-se verificado um acentuado crescimento de
intervenções cirúrgicas para o parto, discrepando com as orientações oficiais
que afirmam por evidências científicas que apenas 15% dos partos necessitam de
procedimentos cirúrgico, sendo aconselhável que os demais 85% que se constituem
de gestações de baixo risco sejam realizadas pelo parto vaginal, popularmente
denominado de "parto normal".
Nestes
procedimentos cirúrgicos ocorre a violência obstétrica. De acordo a pesquisa
intitulada "Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e
privado" (2010, p. 173-174), produzido pela Fundação Perseu Abramo,
constatou que em cada quatro mulheres uma sofre algum tipo de violência durante
o parto. A indicação médica pela intervenção cirúrgica no parto repousa
influencia dos avanços tecnológicos, mas acima de tudo pelo incremento
mercadológico e pelo ritmo frenético dos profissionais da saúde para ocupar
cada vez mais horários de plantões e atendimentos. Neste aspecto, propõe o
discurso dos Direitos Humanos, sob uma perspectiva dos direitos de
solidariedade, um conjunto de ações de valorização do parto normal, humanizado,
inscreve-se entre as reflexões em favor do respeito e valorização da dignidade
humana, quando se trata da questão de reprodução humana e direitos de
sexualidade, o respeito e cuidado pelo corpo feminino.
A
alteridade na maternidade corresponde numa abordagem levinasiana à construção
da subjetividade, quanto a proteção do Outro pelo Eu (LÉVINAS, 2005), em que
está em jogo também a questão do parto. Nenhuma direito humano pode incorre no
erro de deixar de salvaguardar a liberdade de escolha da mulher, no exercício
de sua liberdade, quando se trata de dar à luz a um filho. Assim como na
antiguidade a razão nasce simbolicamente do útero (método socrático), na contemporaneidade o útero
também expressa a linguagem da ética, ao expressar o desejo da vida humanizada, que ocorre a partir da humanização com o parto (natural).
Terra sem dono Povo no pano Gente de fome Sistema consome Dono em luta Atrás da disputa Com forte, mordaz Sem sorte, voraz É o povo na terra Que vive na serra Na busca do chão Pra fugir do sertão Pois a fome consome Este povo sem nome (...)
Protege o filho diante da queda A mãe fugindo da vida e da pedra Ela sabe viver No viver e no sofrer Na morte e na vida Na vida partida As cercas massacram Os nobres arrasam Este povo de fome Que a terra consome.
Marcelo Eufrásio (Fragmento do poema "La faim consomme des terres" ou "A fome consome a terra")
Dentre as seis suítes para violoncelo solo compostas por Johann Sebastian Bach entre o período de 1717-1723, Suite n° 1 - Preludio, é uma das mais encantadoras. Bach (1685-1750) compositor, cravista, regente, professor, violinista e violista, formou-se pelas bases do Sacro Império Romano-Germânico, atual Alemanha, praticou quase todos os gêneros musicais de sua época, exceto a ópera. Porém, sua obra prima e maior influência está nas formas populares do período Barroco.
As suítes de Bach foram transcritas para numerosos instrumentos, entre eles, violino, viola, contrabaixo, piano, saxofone, clarinete, trompete, tuba entre outros, já na Suite n° 1, Prelúdio é um gênero musical introdutório de outra musicalidade maior, em grande medida uma ópera ou ballet. No contexto medieval, os músicos denominados de alaudistas tocavam como forma de aquecer, preparando a tonalidade, enquanto na escola bachiana, o Prelúdio é utilizado também como introdução de uma fuga ou tocata.
Para encerrar uma semana de trabalho, após a mesura nas correções de projetos, tcc e provas, nada mais apropriado do que atentar aos encantos do Prelúdio, com toda sua leveza e floreio, que agraciam com um ritmo que resgata da memória as lembranças acadêmicas e estudantis dos tantos. Em escalas de sonhos, conteúdos, sorrisos e ebulição de expectativas marcados nos olhos atentos dos estudantes revelam-se algumas centenas de pequenos projetos desenhados nos semblantes entre salas, corredores e bibliotecas.
Por vezes, estão eles, ora carregados por incertezas por vezes em perseverança, mais também sedimentados com a força, nutridos pela esperança ao moverem-se nestes últimos meses, como numa corrida pela incansável maratona da vida, projetando seus sonhos até conquistar mais um degrau em busca de uma vitória.
E a prudência, a persistência e a força são os ritmos de um solo vespertino. Porque entre a Suite n° 1 de Bach e o desfecho de um semestre letivo, há bem mais harmonia do que imaginamos no tempo.
Cada
vida que nasce é sinal indelével do amor e da criação divina, desde uma insípida
bactéria que completa e harmoniza todo ecossistema até a natureza humana que se
projeta para manifestar a expressão da equidade entre o sensível e o inteligível,
que nasce, brota e dá sentidos à natureza.
A
pequena semente que brotou no nosso jardim, e que minha pequena menina rega
freqüentemente, desde que plantamos juntos faz alguns meses, ganhou um carinho
especial neste Domingo (Pascal), a plantinha com suas pequenas folhas
intensamente verdes recebeu do sol o brilho intenso para agraciar-nos com sua
beleza, nos presenteando com sua flor intensamente amarela. Justamente para
surpresa de quem adquire a semente sem saber a cor que serão as flores, o
amarelo que significa luz, calor, otimismo e alegria, ao mesmo tempo, simboliza
o sol, a prosperidade e a felicidade.
Nada
mais esplendoroso como dádiva divina do que a vida, simbolizada no desabrochar
do botão de uma flor.
A
flor manifesta a graciosidade e beleza da vida que nasce e se transforma numa
planta sem igual. Às vezes o sol a calcina, em outras a afaga. Nestes tempos
raramente a chuva a castigava
ou freqüentemente a menininha no oficio de jardineira faz o trabalho de regá-la
na esperança pelo desabrochamento, cuidando, cativando e sublevando suas raízes
na espera por sua espontânea beleza. Não raro à noite a envolve mansamente.
Nunca a ouvi queixar-se por causa do calor ou do frio. Jamais cobra alguma
coisa por sua majestática beleza. Nem o agradecimento. Ela se dá simplesmente.
Gratuitamente. Não é menos majestosa quando o sol a acaricia de que quando o
vento a açoita. Não cuida se a olha. Nem se incomoda se a galga. Ela é como
Deus: tudo suporta; tudo sofre; tudo acolhe. Deus se comporta como ela. Por
isso a plantinha com sua flor (amarela) é um sacramento de Deus: revela,
recorda, aponta, reenvia.
O amor pelo outro e
por aquilo que se faz gera fé na vida em plenitude. Feliz Páscoa!
Existem
músicas que se eternizam pelo seu movimento, pelo teor simbólico e pelo
encantamento melódico que possuem, penetram no mais intimo da alma, fazendo
transcender nos tempos, simplesmente por sua profundidade tão íntima,
transmitem vibrações que entoam notas aos sentimentos e a razão.
Porque
simplesmente uma composição clássico é elixir para as agruras da vida!
"Aria sulla quarta corda" ou Ária da quarta corda é uma adaptação para violino e piano do segundo movimento da peça original que faz parte da Suíte nº 3 para orquestra, em Ré Maior, de Johann Sebastian Bach, BWV 1068, escrita para o Príncipe Leopoldo, entre 1717 e 1723.
A peça "Aria Sulla corda" em especial, representa iconicamente uma melodia que
guardo nas minhas lembranças desde a tenra idade. Memória dos domingos, quando o cheiro do café preparado por minha amada mãe se confundia com a radiofania dos "clássicos eternos" ou das fitas k7 com as peças de Bach e Mozart naquele clima de profundo engajamento em um momento de paz.
Nesta semana de incisiva
para oração, silêncio e contrição, as peças sacras de Bach nos levam a
intima contemplação dos passos da via crucis e ao encontro do crucificado.
Nós humanos somos seres
engraçados, precisamos brincar com a imaginação, dividir o tempo em estágios como
se mil anos fosse nossa vida, nutrida por pensamentos em fagulhas de sonhos,
como se cada período dividido em dias, meses e anos fossem degraus de uma
escadaria que nos leva ao porvir, alimentando as esperanças e afugentando a desilusão.
E se as coisas não dão certas, lá
vem mais um ano, como a metáfora de uma escadaria em que cada degrau é uma
tentativa de sentir a felicidade.
Se certezas ou não, o importante em
cada escalada de um degrau a ser vencido é apaziguar as inquietações diante do
que a razão desconhece. Assim o é desde o prelúdio mitológico que abraçou com veemência
o homo sapiens na primavera dos tempos. Desta constatação nascem
algumas notas para bem acolher os dias que vem...
Se os tempos são líquidos, que
cada instante não seja efusão do efêmero, procure viver na sua mais entusiasmada
essência.
Se o prólogo da vida revelar
instantes de incerteza, o desejo de bem viver austeramente seja o mapa que
conduza os dias.
Se o novo ano lhe traga inquietações,
tranquilize sua alma, encontre nas perguntas motivos de buscar intensamente as
alegrias e a maturação em cada descoberta.
Tempo novo é assim, como um
acorde para composição das melodias da vida, frutuoso como o anseio pela
chegada da amada, palpitante como a contagem na espera de uma surpresa.
Não dá para esperar, que os dias sejam esperançosos,
inspiradores e reveladores como o suspiro incólume de cada degrau que se almeja
chegar.
Fazem algumas luas que me encontro carregado de saudade, as mãos e pés calejados me trazem uma icônica lembrança do consolo dos braços amorosos em tardes cinzentas de outono.
Ao trazer na memória essa lembrança, reavivam alguns dos sonhos da minha infância, mesmo quando a dor calcina.
Mas, no coração repleto de fé e esperança, anseio pelo prelúdio de um
pôr do sol celeste, restando-me um sopro de vida e as lições legadas por
meus pais.
E, se a saudade demarca seu território em cada primavera,
os sonhos que tenho são a marca indelével de minhas lembranças, sabendo
que a presença eterna de meus pais se fortalece nos braços de minha
família.
In memoriam.
➱ A foto acima denominada "mãos da paz" foi produzida com imagem das mãos dos meus pais para confecção da capa do livro de minha autoria intitulado "História do Direito e da Violência: recortes de uma abordagens interdisciplinar" (2009)