quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Natal é tempo de milagre






Cada vida que nasce é sinal indelével do amor divino, se apresenta resignificando o que o mundo insensível e desumano tantas vezes já sentenciou pela banalidade, mas a vida também renasce, da morte em vida para um milagre na vida, mesmo naquela pequena criança que em meio a situação de fome, luta para pulsar o desejo mais intimo e necessário.
A pequena criança deseja nascer numa noite feliz, nasce tantas vezes quanto o seu choro se confundir com o grito dos pobres e (in)felizes que clamam pelo desejo de viver, porque assim deve ser a "noite feliz". Noite da "feliz chegada", quando todos nutrem diante das agruras da vida aquilo que seu coração deseja, o resgate da vida em plenitude. É assim como se no choro do Deus menino também estivesse o clamor de toda criança que deseja nascer para viver plenamente.
Passam anos, meses e dias na expectativa da surpresa de quem espera um naco de pão da solidariedade alheia e desinteressada, que ali naquele instante Jesus nasça, a luminosidade que não se apaga, luz e alegria, marcadamente reveladas no autêntico Natal. É a Luz verdadeira que invade as vidas, apontando para a fraterna comunhão.
Nada mais esplendoroso como dádiva divina do que a vida revelada no desabrochar do olhar fixo de uma criança que deseja viver em meio a um mundo tão hostil.
A angustia expressa materialmente pela fome, seguramente se converte em esperança, quando na feliz espera fagulha uma ponta de solidariedade e amor.