Para pensar sobre a
sistematização do mundo “dualista” (subdesenvolvido X desenvolvido) conforme já
estudou a teoria da marginalidade do sociólogo Francisco de Oliveira, fiz este
modesto verso no passado (aqui tem alguns trechos), para suscitar a reflexão sobre
a questão da luta pela sobrevivência das camadas sociais mais carentes e marginalizadas, numa sociedade
que insiste na individualização dos recursos materiais e naturais em detrimento
da humanização da vida.
Terra sem dono
Povo no pano
Gente de fome
Sistema consome
Dono em luta
Atrás da disputa
Com forte, mordaz
Sem sorte, voraz
É o povo na terra
Que vive na serra
Na busca do chão
Pra fugir do sertão
Pois a fome consome
Este povo sem nome (...)
Protege o filho na queda
A mãe fugindo da pedra
Ela sabe viver
No viver e no sofrer
Na morte e na vida
Na vida partida
As cercas massacram
Os nobres arrasam
Este povo de fome
Que a terra consome.