terça-feira, 2 de novembro de 2010

Novembro "escuro" visto pelos olhares da Coruja!






















Nestes tempos nebulosos do início de novembro que já anunciam muitas sombras para 2011, percebo que há em tempos eminentemente "pós-modernos" uma dialética do tempo que funciona cada vez mais desafiadora e atribulada, afinal a humanidade está mergulhada no buraco das imensas palpitações do coração e da mente num mundo cada vez mais carregado de incertezas e medos, parecendo que o gênero humano primeiro age e depois pensa sobre tudo a sua volta.

Por isso mesmo, para pensar acerca do mês de novembro como a ultima possibilidade de salvação da alma humana, que está no purgatório nebuloso se preparando para o ano de 2011, achei por bem trazer a filosofia (idealista) do direito de Hegel que vai até os tempos da antiguidade clássica para acalmar os homens ansiosos afirmando ele que: "A Coruja de Minerva só levanta vôo ao entardecer”, ou seja, em tempos de incertezas frente a emergência das respostas imediatas e transitórias do capitalismo, da globalização e do mercado de consumo, é preciso considerar a voz da razão que nasce dos ecos da deusa Minerva (Athena em grego) cujo mascote é a Coruja (seu animal doméstico de criação), que acompanha a deusa Athena(Αθηνά) ou Palas Athená, deusa da sabedoria e da justiça, filha do poderoso Zeus e Métis, deusa da prudência e a primeira esposa de Zeus, nos seus caminhos rumo ao vôo determinado em busca do Conhecimento.

As aves como a Coruja são os seres mais próximos dos céus, sendo assim, mais próximos dos deuses. Uma criatura previdente e prudente, representante da sabedoria, que é símbolo que representa a filosofia (do grego, filia + sophia = amizade à sabedoria), numa procura investigativa sobre as coisas a sua volta esperando entre os espaços escuros e incertos como o futuroso mês de novembro que os resultados nasçam não das notícias "prontas" dos jornais nas páginas policiais ou dos casos nervosos do cenário político, mas que resultem da paciência do ser que procura pensar sobre o mundo, cujo maior dos mestres é o divino tempo nosso maior educador.

Sendo o papel da filosofia elucidar o que não é claro ao senso comum, alertando acerca dos dilemas da vida, a figura da Coruja representa o ícone do ser, que com paciência aprende na escuridão da noite a perceber cada minuto como uma lição. Neste caso, o crepúsculo é o linear do dia para a Coruja, enquanto cessamos nossas obras e nos recolhemos em nossos lares, a Coruja “alça seu vôo” rumo às lutas da noite. É a noite que a fascina, por isso seu nome em latim: Noctua, “ave da noite”, que representa toda a paciência, a prudência e a previdência (diante das noites de novembro) da filosofia que nos ensina a viver os dias que nos aproximam do novo tempo.

Bons ares para novembro!