quinta-feira, 15 de junho de 2017

Suite n° 1 e o desfecho de um semestre letivo






Dentre as seis suítes para violoncelo solo compostas por Johann Sebastian Bach entre o período de 1717-1723, Suite n° 1 - Preludio, é uma das mais encantadoras. Bach (1685-1750) compositor, cravista, regente, professor, violinista e violista, formou-se pelas bases do Sacro Império Romano-Germânico, atual Alemanha, praticou quase todos os gêneros musicais de sua época, exceto a ópera. Porém, sua obra prima e maior influência está nas formas populares do período Barroco. 

As suítes de Bach foram transcritas para numerosos instrumentos, entre eles, violino, viola, contrabaixo, piano, saxofone, clarinete, trompete, tuba entre outros, já na Suite n° 1, Prelúdio é um gênero musical introdutório de outra musicalidade maior, em grande medida uma ópera ou ballet. No contexto medieval, os músicos denominados de alaudistas tocavam como forma de aquecer, preparando a tonalidade, enquanto na escola bachiana, o Prelúdio é utilizado também como introdução de uma fuga ou tocata. 

Para encerrar uma semana de trabalho, após a mesura nas correções de projetos, tcc e provas, nada mais apropriado do que atentar aos encantos do Prelúdio, com toda sua leveza e floreio, que agraciam com um ritmo que resgata da memória as lembranças acadêmicas e estudantis dos tantos. Em escalas de sonhos, conteúdos, sorrisos e ebulição de expectativas marcados nos olhos atentos dos estudantes revelam-se algumas centenas de pequenos projetos desenhados nos semblantes entre salas, corredores e bibliotecas. 

Por vezes, estão eles, ora carregados por incertezas por vezes em perseverança, mais também sedimentados com a força, nutridos pela esperança ao moverem-se nestes últimos meses, como numa corrida pela incansável maratona da vida, projetando seus sonhos até conquistar mais um degrau em busca de uma vitória. 

E a prudência, a persistência e a força são os ritmos de um solo vespertino. Porque entre a Suite n° 1 de Bach e o desfecho de um semestre letivo, há bem mais harmonia do que imaginamos no tempo.