O tempo é testemunha da vida que passa, como passa mais um ano, passam nossas vidas. A vida é quem tem pressa, o tempo cronológico viseja diante das horas, dias, meses e anos como instantes fossem. O velho ano que se entrega nestas horas que faltam está nas mãos de Deus, o novo ano cabe a cada um de nós construí-lo tecendo seus fios numa longa teia de sentidos.
Rogamos ao Senhor que Ele sempre esteja conosco para que possamos fazer dos dias que vem um tempo kairológico, a morada do amor, da paz e da justiça fraterna nos instantes que passam, mais também que ficam.
Esta é a oração do tempo que é imprescíndivel para a vida, um tempo que não vai, mas que fica.
O futuro não é algum lugar para o qual estamos indo, mas um lugar que estamos construindo.
Seja 2019 frutuoso e abençoado como os acordes de uma bela melodia para vida.
Já
é de conhecimento de todos que a vida ganha sentidos quando bem vivida e
compreendida a partir da dimensão do amor, uma vida bem vivida significa uma
constante e incansável busca pela felicidade nos desvelando das agruras que o
mundo nos oferece. O Natal é um momento oportuno para (re) significar os
sentidos que a vida nos propõe.
De
todas as manifestações e expressões do sentido natalino, nenhuma é tão
simbólica e representativa do que a expressão do encontro. Embora a celebração
do Natal em tempos pós-modernos seja eivada de desejos mercadológicos e
sentimentos egocêntricos, a essencialidade da mensagem do nascimento de Jesus,
o Verbo encarnado, não pode ser perdida de vista sob nenhuma hipótese. Numa
destas singelas e preciosas expressões do sentido simbólico do Natal reside à
arte do encontro. Convencionamos popularmente chamá-la de arte, possivelmente
inspirado no pensamento aristotélico que definia a arte como imitação da
natureza, aquilo que a partir das estratégias e técnicas humanas é possível
expressar a riqueza que a natureza sozinha não consegue manifestar.Então, a arte também explica a natureza.
O
poeta Vinicius de Moraes clarificando a sabedoria popular, afirmou “A vida é a
arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Nestes termos,
faz-se memoria de em quantas ocasiões, para tantas pessoas, o Natal é um
momento celebrativo de despedida, da ausência, da partida ou do desencontro. Sendo
o momento de celebração da vida que nasce na estrebaria, bem que poderia também
ser momento de ressignificação. Momento do encontro, por exemplo, que se
anuncia pelo esforço do homem ou da mulher que trabalha o dia todo, para no final da tarde
ter a alegria do encontro com sua família; da mulher que na expectativa,
alimentada pelo imaginário maternal encontra seu filho recém-nascido; do Estado
que encontra sentido para suas ações políticas no seu povo e do jovem que
encontra nas lições de casa sua melhor trajetória ou simplesmente dos reis magos,
representando as nações orientais, que tem a alegria de encontrar o menino Deus
na condição humano-divina. Uma busca que é firmada seguramente na máxima do encontro, ao
alimentar a essência humana do meu nada (eu em si) com o meu tudo que é Deus. Significantemente,
a vida é arte do encontro.
Conta
o teólogo Leonardo Boff em um de seus ensaios teológicos que na época que
estudava na Alemanha, precisamente na Baviera, no seu primeiro Natal fora da
pátria, viveu um misto de melancolia e saudade, ao encontra-se na noite de Natal
em pleno inverno europeu aos 22 anos. Abaixo de zero fora de seu país e
distante da família. A véspera do Natal foi um dia intenso de muitas atividades
para ele, confissões e celebrações, sempre regadas com muitas manifestações
alegres. Depois das festas nas ruas e dos encontros celebrativos, o silêncio
foi intenso, ele encontra-se na solidão de seu quarto, alimentado pelas
lembranças que povoaram seu dia. E eis por volta de 1:30 da madrugada, soa a
campainhado convento franciscano. Uma
velhinha está à porta. Segura uma lanterna acesa. Toda envolta num grosso manto
cinza. Trazia um pequeno pacote.
Disse:
“É para o Paterle (padrizinho)
estrangeiro que estava na missa do galo”. Fui chamado. Entregou-me o pacote,
todo enfeitado, com breves palavras: “O Senhor está longe de sua pátria.
Distante dos seus. Aqui, um pequeno presentinho para o Senhor. Também para o Senhor
hoje é Natal”. Apertou-me fortemente a mão e se afastou na noite abençoada pela
neve.
O
presente era uma vela. E continuou Boff: “a luzinha iluminou a noite da
solidão. As sombras se projetaram trêmulas e longas na parede. Não me senti
mais só. Fora da pátria havia acontecido o milagre de todo o Natal: a festa da
fraternidade de todos os homens. Alguém compreendeu a mensagem do menino: fez
do estranho um próximo e do estrangeiro um irmão”.
Apontando
para singularidade da mensagem do Natal é possível acolher na condição humana a
necessidade do ressignificado do sentido da vida a partir do encontro com o outro,
uma vez que são nas experiências do encontro que à vida encontra novos e belos sentidos,
nem que seja em pequenos gestos singelos e fraternos que muitas vezes podem ser
despercebidos pela lógica mundana. Parafraseando o filósofo francês Luc Ferry,
aprender a viver é simplesmente superar a banalidade da vida cotidiana e
encontrar a originalidade de sua essência.
Independentemente
da trajetória religiosa, é inegável a essencialidade da mensagem do Natal, que
nasce da manjedoura de Belém, da simplicidade que apresenta a criança envolta
em faixas e nos traços mais sublimes em que se encontra a maior lição de amor.
Ensina
Leonardo Boff (Os sacramentos da vida e a vida dos sacramentos, 1975): para
quem vê tudo a partir de Deus, o mundo todo é um grande sacramento; cada coisa,
cada evento histórico surge como sacramento de Deus e de sua divina vontade.
Eis que, portanto, se pode dizer: “o sacramento é uma parte do mundo (in-manente), mas que traz em si um outro
Mundo (trans-cendente), Deus” (p.
35). Os sacramentos possuem ambivalência ou dois movimentos: um que vem de Deus
para a coisa e outro que vai da coisa para Deus. Tem a função indicadora e a
função reveladora (p. 35). Indica e aponta para Deus presente dentro dele, não
com o objeto, mas no objeto. Vai do objeto para Deus. Em sua função reveladora
o sacramento revela, comunica e expressa Deus presente nele. Não tira o homem
de seu mundo, mas dirige um apelo para que olhe mais profundamente para dentro
do coração do mundo (p. 36). Assim, pois, “a vocação fundamental do homem
terrestre consiste em tornar-se um homem sacramental” (p. 36).
Na
profecia de Miqueias encontra-se a razão da espera pelo encontro: “Por isso,
(Deus) os deixará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz” (Mq
5,2). O Natal é um convite intenso para viver a sacramentalidade da vida no retorno
de si mesmo, na arte do encontro com o Outro. Feliz Natal.
"Então o Rei dirá aos que estão à direita: 'Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim'" (Mt 25, 34-36).
No entardecer da vida o encontro com a morte, ela não pode ser a essência para vida, mas a alvorada para o encontro com o sentido da natureza humana.
Não há essencialmente a vida sem perdão e amor, uma vez que são estes que nos trazem a perfeição à alma e atinge o ápice da altitude divina, afinal só se sobe em espírito quando se desce em matéria. Só se pode elevar a individualidade quando a personalidade se reduz.
Só há vitória quando derrotamos a nós mesmos em nossas vaidades. E só teremos amor quando a ele renunciarmos para doá-lo aos outros.
Fazendo memória dos mortos, celebrando a vida em sua essência eterna.
Obs. A composição do "Cannon" de Pachelber nossa introspeção.
"As fúrias atormentam Orestes" (1862) do
francês William-Adolphe Bouguereau.
Em
Ésquilo, Orestes assassina sua mãe Clitemnestra, depois que ela e seu amante
Egisto, mataram seu pai, o rei Agamemnon. Vingando a morte do pai, Orestes
desencadeia a fúria das Eríneas (Alepho, Tisífone e Megera, deusas da fúria,
raiva e vingança, respectivamente). Buscando o direito à defesa, recorre ele a
deusa da justiça, Atena. A tragédia mitológica grega se reconfigura nas páginas
do livro dos nossos dias.
Não
será o homem "pós-moderno" conduzido pelas Eríneas em detrimento de
seus princípios?
O evangelista São Marcos nos convida a refletir sobre o Reino de Deus, particularmente a partir da passagem do “Evangelho das parábolas” (Mc 4, 26-34). Neste trecho é intrigante encontrar Jesus ensinando
aos compatriotas da Galiléia sobre o Reino de Deus a partir do cotidiano da
vida campesina, utilizando-se dos códigos de linguagem da gente da roça, do
oficio do agricultor, a partir da simplicidade que confundia os doutores da lei
e os fariseus e aproximava-o dos pobres e marginalizados.
Acontece que como
ensina o teólogo alemão Karl Rahner a teologia nasce das profundezas da
pré-compreensão do que o homem entende de si e do mundo para estabelecer o
entendimento sobre a linguagem e a mensagem divina. E o Messias por excelência é
aquele que desvenda os pressupostos do Reino de Deus a partir de uma linguagem
eminentemente humana ao recorrer à didática da linguagem metafórica por meio
das parábolas.
As parábolas são um
recurso lingüístico habitual na literatura dos povos do Médio Oriente, era muito
comum falarem por meio de imagens, comparações e alegorias, para transmitir o
significado que a mensagem revelava. Neste caso, este recurso metafórico
(linguagem comparativa) oferece vantagens significativas. Em primeiro lugar,
porque é um excelente meio para suscitar a controvérsia, instrumentalizando o
diálogo e o contexto na época, em segundo lugar, também oferece imagens que ajudam
a reforçar o poder da comunicação, prendendo a atenção do interlocutor com a narrativa
e reflexão, e por último, na linguagem parabólica encontra-se um método
pedagógico semelhante à maiêutica socrática (ironia e questionamento) para que
as pessoas possam se interrogar e por meio da linguagem estabeleçam um olhar
critico sobre sua realidade a partir de suas próprias conclusões. Diante deste recurso,
Jesus tangencia a mensagem do Reino de Deus para nos brindar com uma mensagem
que toca e adentra no coração das pessoas. O trecho do Evangelho de Marcos no
capítulo 5, versículos 26-29, apresenta-nos uma catequese rica em simbolismo,
trata-se de uma nova realidade inaugurada pelo Filho de Deus que veio anunciar
e propor o projeto de salvação.
Jesus nos apresenta o
grão que germina e cresce por si só. A parábola refere-se à atuação do
agricultor no ato de semear e de ceifar. Ademais a ação de Deus não contempla
os demais processos até chegar à semeadura, não precisa de alarde, quase imperceptivelmente
o milagre acontece, no arar a terra, regar a semente, tirar as ervas que a
impedem de crescer. Ao narrador interessa apenas que, entre a sementeira e a
colheita, a semente vá crescendo e amadurecendo, sem que o homem intervenha
para impedir ou acelerar o processo. A questão essencial não é o que o
agricultor faz, mas o dinamismo vital da semente, fruto da graça divina. O
resultado final não depende dos esforços e da habilidade humana, mas sim do
dinamismo da semente que foi lançada na terra.
Jesus ensina que o
Reino de Deus (a semente) é uma iniciativa divina: é Deus quem atua no silêncio
da noite, na agitação do dia ou nas contradições da história para que o Reino
aconteça; e nenhuma turbulência poderá inibir seu projeto. Neste caso, a
parábola é dirigida contra a ação humana que promove o anti-Reino, seja dos
zelotas que pretendiam implantar um Reino por meio da violência, dos fariseus
que impunham a obediência pela norma irrestrita, ou ainda daqueles que buscavam
apocalipticamente adivinhar quando seria a chegada do Reino. Seguramente a única
certeza que nos é devida é saber que a marcha da história é orquestrada única e
exclusivamente por Deus, que fará com que o Reino aconteça, de acordo com o seu
tempo e o seu desígnio.
Desta forma, a parábola
convida-nos ao empenho para que realizemos na vida um projeto divino a partir
da adesão incondicional aos sinais do Reino, lançar a semente também representa
a projeção de Deus em nossas vidas a partir daquilo que o filósofo Luc Ferry ensina
como sendo aprender a viver. Viver substancialmente a partir da dimensão do
amor e da fé Nele e com Ele.
A semente lançada em
terra já pode dar frutos na medida em que aquilo que Deus projetou em minha
vida pela semeadura eu possa colher como frutos bons, uma práxis traduzida pela
poetisa Cora Carolina:
(CORALINA, Cora. Melhores poemas. 2 ed.,
São Paulo: Global, 2004).
Antes de mais, o
Evangelho garante-nos que Deus tem em marcha um projeto destinado a oferecer
aos homens a vida e a salvação. Não nos
compete exigir que os outros caminhem conforme nossas exigências, ou que pensem
como nós, que tenham as mesmas experiências e exigências que consideramos mais
lapidares. Há que respeitar a consciência e o ritmo de caminhada de cada homem
ou mulher, assim como Deus exige de cada um conforme seus limites.
Após
assistir o documentário “O Renascimento do parto” e participar de um debate na
universidade, ganhei fôlego para produzir um artigo intitulado A
RAZÃO NASCEU DO ÚTERO: DIREITO HUMANO PELO PARTO HUMANIZADO, já publicado em revista
cientifica. Em homenagem às mulheres destinadas e humanizadas (que com saúde e
as condições psicológicas e físicas permitem podem parir de forma humanizada - normal) um pequeno trecho para reflexão do
artigo produzido.
A
partir da tradição humanitária que se instaurou nas sociedades contemporâneas
fruto da influência judaico-cristã, bem como da moral socrático-platônica, a ideia
de humanização do corpo tem sido fervorosamente concebido como espaço do
sagrado. O corpo expressa a vida, o cuidado com ele remete a transcendência com
a natureza. A sociologia do corpo expressa sua compreensão deste espaço
endógeno do gênero humano, particularmente com o mistério da fisis do feminino com o seguinte
entendimento: [...] o corpo é o vetor semântico pelo qual a evidência da
relação com o mundo é constituída: atividades perceptivas, mas também expressão
dos sentimentos, cerimoniais dos ritos de interação, conjunto de gestos e
mímicas, produção da aparência, jogos sutis da sedução, técnicas do corpo,
exercícios físicos, relação com a dor, com o sofrimento, etc. Antes de qualquer
coisa, a existência é corporal (BRETON, 2007, p.7).
O
cuidado com o corporal, principalmente com a expressão do corpo da mulher começa
no útero, ritualiza-se metaforicamente a expressão humana do gesto de gerar a vida a partir do parto. Trazer
no ventre uma criança transcende o valor supremo da natureza humana, afinal com
este ritual se exercita a perpetuação da vida. De que a vida é gerada, nasce e
se transforma no corpo da mulher e se projeta no mundo.
O
filósofo Emmanuel Lévinas (1906-1996), defensor da questão da alteridade, bem
como da ética que se institui por trás da axiologia do termo em questão, não
propõe uma epistemologia do transcendente, mas propõe uma redescoberta da
filosofia cujo elemento central passa a ser a questão ética e não meramente ontológica,
desse modo, destaca a importância real da relação do homem com o outro. Neste
aspecto, Lévinas ressalta a importância do eu, que possui identidade como conteúdo,
assim seu existir consiste em identificar-se neste mundo, conceituando sua
trajetória a partir do seu existir. A filosofia da alteridade a partir do
filósofo francolituano parte da subjetividade, neste aspecto analogamente é
possível entender sua conceituação para essência da maternidade. A maternidade
é uma metáfora para o feminino, uma expressão para relação do sujeito com o
outro. Assim, a maternidade representa esta substituição, em que o Eu gera em
sim um Outro (LÉVINAS, 2005).
A
mulher que gera um filho no seu frente, constrói a aproximação mais intima
entre seu Eu e a sua cria, uma relação natural ao mesmo tempo convencional do
Eu em relação ao Outro. Meneses (2008) afirma a partir do pensamento de Lévinas
que "a subjetividade maternal fala de uma proximidade que é independente
do saber, da consciência, mas que nasce na vulnerabilidade e na substituição. A
maternidade precede a própria consciência" (MENESES, 2008, p. 159). Ao constatar
que na contemporaneidade as mulheres têm optado pelo procedimento cirúrgico,
com parto cesariano, para dar à luz, se percebe que a sociedade tecnocrática e
mercadológica tem influenciado decididamente as práticas médicas, ao ponto de
nos hospitais privados a taxa de partos pela modalidade cesariana ser
representado por mais de 80% dos procedimentos. Segundo dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS) o total de partos cesáreos em relação ao número total de
partos é bastante significativo. Tem-se verificado um acentuado crescimento de
intervenções cirúrgicas para o parto, discrepando com as orientações oficiais
que afirmam por evidências científicas que apenas 15% dos partos necessitam de
procedimentos cirúrgico, sendo aconselhável que os demais 85% que se constituem
de gestações de baixo risco sejam realizadas pelo parto vaginal, popularmente
denominado de "parto normal".
Nestes
procedimentos cirúrgicos ocorre a violência obstétrica. De acordo a pesquisa
intitulada "Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e
privado" (2010, p. 173-174), produzido pela Fundação Perseu Abramo,
constatou que em cada quatro mulheres uma sofre algum tipo de violência durante
o parto. A indicação médica pela intervenção cirúrgica no parto repousa
influencia dos avanços tecnológicos, mas acima de tudo pelo incremento
mercadológico e pelo ritmo frenético dos profissionais da saúde para ocupar
cada vez mais horários de plantões e atendimentos. Neste aspecto, propõe o
discurso dos Direitos Humanos, sob uma perspectiva dos direitos de
solidariedade, um conjunto de ações de valorização do parto normal, humanizado,
inscreve-se entre as reflexões em favor do respeito e valorização da dignidade
humana, quando se trata da questão de reprodução humana e direitos de
sexualidade, o respeito e cuidado pelo corpo feminino.
A
alteridade na maternidade corresponde numa abordagem levinasiana à construção
da subjetividade, quanto a proteção do Outro pelo Eu (LÉVINAS, 2005), em que
está em jogo também a questão do parto. Nenhuma direito humano pode incorre no
erro de deixar de salvaguardar a liberdade de escolha da mulher, no exercício
de sua liberdade, quando se trata de dar à luz a um filho. Assim como na
antiguidade a razão nasce simbolicamente do útero (método socrático), na contemporaneidade o útero
também expressa a linguagem da ética, ao expressar o desejo da vida humanizada, que ocorre a partir da humanização com o parto (natural).