domingo, 30 de dezembro de 2012

Dar sentido a cada dia é descobrir o Novo dentro de nós!



Desde a infância devemos ter a mesma pergunta dentro de nós: "o que vou ser quando crescer?"


Comumente estamos preocupados com o tempo, principalmente nas atividades diuturnas que os padrões da modernidade exigem no que diz respeito à vida familiar, trabalho, lazer, descanso e até a vida afetiva. Porém, a humanidade nos últimos séculos, pouco sentido deu a importância que a temporalidade apresenta para as transformações nas convenções sociais, nas sociedades, nas mentalidades etc. Preocupamo-nos em saber quantos anos levam para nossa vida ter progresso financeiro, se nossos filhos serão, um dia, realmente aquilo que nós desejamos que sejam, se teremos uma velhice tranquila  se viveremos até vermos nosso país sem injustiças sociais e econômicas. Como estará a seleção brasileira até chegar a próxima Copa do Mundo?

Com efeito, todos os nossos questionamentos não passam de mera efemeridade e virtude imaginária, pois, na maioria das ocasiões, o que nos preocupa é a transitoriedade do tempo corrido, do imaginário produzido pelos efeitos que o tempo pode ter, por exemplo, nossos traços físicos quando somos criança são sensivelmente transpostos para uma dimensão castigada pelo tempo, quando nos tornamos adultos, essa constatação nos assusta por demais, mas não nos apercebemos que essa passagem transmutação física e psicológica também representa um estágio de amadurecimento intelectual e corporal. Seria um ritual de passagem produzido graças ao efeito da temporalidade com repercussões aparentemente assustadoras, mas com efeitos bastante significativos para a vida humana. 

Conforme defende a tese Cristã e Ocidental do apóstolo Paulo que afirmava (I Cor 13, 11-13):


Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança.  Depois que me tornei homem, fiz desaparecer o que era próprio de menino. Agora vemos em espelho e de maneira confusa, mas, depois, veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas, depois, conhecerei como sou conhecido.   

Dessa forma, aquelas impressões trazidas, com o passar dos anos, são uma conseqüência do amadurecimento que todos os seres vivos por natureza passam, na verdade, trata-se da própria dialeticidade que está presente em todas as relações que exigem movimento, mudança e transformação, desde o nascer até a morte acontecem as relações opostas que agem na temporalidade em função das transformações. 

Dar sentido a cada dia da vida é o elixir para uma vida feliz. Quando perguntamos: "o que vou ser quando crescer?", estamos buscando "infinitamente" uma resposta desafiadora, que pode se renovar a cada verão ou em cada "passagem de ano [gregoriano, indiano, chinês etc.]" e que se intensifica quando compreendemos que a felicidade vai além de nossas conquistas. Amar é o principal objetivo almejado de quem busca, pressupõe cativar para vida toda. Da infância até os dias atuais, seja em que idade estivermos, amar a si, amar ao outro, amar ao trabalho, amar aos estudos, amar uma "coisa em si" é o sentimento [desejo] de quem pretende ser alguma coisa quando crescer. 

Que nesta nova transmutação (2012/2013) estejamos entusiasmados [sonhar e experimentar] com a "nova" pergunta [a pergunta que se renova]: "o que vou ser quando crescer?". Afinal, o desejo do Novo se realiza a partir da motivação em ver [fazer] o novo se constituindo a cada dia, mesmo que para isto nos tornemos crianças outra vez.

Mensagem de Fim de Ano 2012/2013