sábado, 31 de dezembro de 2016

It cannot wait, I'm yours







Nós humanos somos seres engraçados, precisamos brincar com a imaginação, dividir o tempo em estágios como se mil anos fosse nossa vida, nutrida por pensamentos em fagulhas de sonhos, como se cada período dividido em dias, meses e anos fossem degraus de uma escadaria que nos leva ao porvir, alimentando as esperanças e afugentando a desilusão.

E se as coisas não dão certas, lá vem mais um ano, como a metáfora de uma escadaria em que cada degrau é uma tentativa de sentir a felicidade.

Se certezas ou não, o importante em cada escalada de um degrau a ser vencido é apaziguar as inquietações diante do que a razão desconhece. Assim o é desde o prelúdio mitológico que abraçou com veemência o homo sapiens na primavera dos tempos. Desta constatação nascem algumas notas para bem acolher os dias que vem...

Se os tempos são líquidos, que cada instante não seja efusão do efêmero, procure viver na sua mais entusiasmada essência.

Se o prólogo da vida revelar instantes de incerteza, o desejo de bem viver austeramente seja o mapa que conduza os dias.

Se o novo ano lhe traga inquietações, tranquilize sua alma, encontre nas perguntas motivos de buscar intensamente as alegrias e a maturação em cada descoberta.

Tempo novo é assim, como um acorde para composição das melodias da vida, frutuoso como o anseio pela chegada da amada, palpitante como a contagem na espera de uma surpresa.

Não dá para esperar, que os dias sejam esperançosos, inspiradores e reveladores como o suspiro incólume de cada degrau que se almeja chegar.  

Feliz Ano Novo a todos (as)!

Com esperanças, Marcelo.  

sábado, 3 de dezembro de 2016

I have a dream



Fazem algumas luas que me encontro carregado de saudade,
as mãos e pés calejados me trazem uma icônica lembrança
do consolo dos braços amorosos em tardes cinzentas de outono.

Ao trazer na memória essa lembrança, reavivam alguns dos sonhos da minha infância, mesmo quando a dor calcina.
Mas, no coração repleto de fé e esperança, anseio pelo prelúdio de um pôr do sol celeste, restando-me um sopro de vida e as lições legadas por meus pais.

E, se a saudade demarca seu território em cada primavera,
os sonhos que tenho são a marca indelével de minhas lembranças, sabendo que a presença eterna de meus pais se fortalece nos braços de minha família.

In memoriam.






➱ A foto acima denominada "mãos da paz" foi produzida com imagem das mãos dos meus pais para confecção da capa do livro de minha autoria intitulado "História do Direito e da Violência: recortes de uma abordagens interdisciplinar" (2009)