domingo, 22 de agosto de 2010

La faim consume la terre!



















Para pensar sobre a sistematização do mundo “dualista” (subdesenvolvido X desenvolvido, que se integram num mesmo mundo metamorfoseado) conforme já estudou a teoria da marginalidade de sociólogos como Francisco de Oliveira, fiz este modesto traquejado de linhas (aqui tem alguns trechos) há alguns anos atrás denunciando a questão do sujeito frente à luta pela sobrevivência diante de uma sociedade que insiste na individualização dos recursos materiais e naturais em detrimento da humanização da vida. Afinal, “Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras às entrelinhas.” (Clarice Lispector)


A fome consome a terra


Terra sem dono
Povo no pano
Gente de fome
Sistema consome
Dono em luta
Atrás da disputa
Com forte, mordaz
Sem sorte, voraz
É o povo na terra
Que vive na serra
Na busca do chão
Pra fugir do sertão
Pois a fome consome
Este povo sem nome (...)

Protege o filho diante da queda
A mãe de consolo em bala e pedra
Que já sabem viver
No viver e no sofrer
Na morte e na vida
Na vida partida
As cercas massacram
Os nobres arrasam
Este povo de fome
Que a terra consome.



Marcelo Eµfrasıø

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